Casamento fora do Senhor e suas consequencias.

1 Coríntios 7:39 ordena que se um cristão for se casar, deve fazê-lo “somente no Senhor”. Obviamente isso proíbe o casamento com incrédulos e, portanto, namorá-los,
pois o propósito do namoro é verificar se é a vontade de Deus que você se case com aquela pessoa. O pecado de cristãos professos namorando e se casando com incrédulos
levou à apostasia da igreja existente antes do dilúvio e à destruição do mundo antigo pelo dilúvio (Gênesis 6:1-2)! Desobedecer ao mandamento de Deus casando-se (ou
namorando) um não-cristão é uma das diversas maneiras pelas quais um(a) filho(a) de Deus coloca sobre seus ombros (o doloroso) jugo desigual: “Não vos ponhais em jugo
desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14).

Dessa forma,
diz a Confissão de Fé de Westminster: “A todos os que são capazes de dar um consentimento
ajuizado, é lícito casar, mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor, ou seja, com pessoas que

sejam temendes ao Senhor de toda a graca e que possuem o Espirito Santo da Promessa; portanto, os
que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas
ou outros idólatras; nem os piedosos prender-se a jugo desigual por meio do casamento
com os que são notoriamente ímpios em suas vidas, ou que mantêm heresias perniciosas”.
Mas e se alguém for salvo após ter se casado, e Deus não tiver convertido a outra
parte, seja esposo ou esposa; ou, o que dizer se um cristão se casar, pecando, com um
incrédulo? Isso significa que eles deveriam se divorciar? Não! “Aos mais digo eu, não o
Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a
abandone; e a mulher que tem marido incrédulo e este consente em viver com ela, não
deixe o marido” (1 Coríntios 7:12-13).
Os cristãos devem se casar apenas com outros cristãos piedosos e ortodoxos. Além
do mais, se Paulo roga aos seus irmãos coríntios “pelo nome de Nosso Senhor Jesus
Cristo” que eles falem a mesma coisa, e estejam perfeitamente unidos em uma só mente e
parecer, a fim de que não houvesse divisões entre eles (1 Coríntios 1:10), quão muito mais
isso não se aplica a dois crentes que estão considerando se tornarem uma só carne pelo
matrimônio? Certamente, não deve haver divisões entre eles! Sem dúvida, eles devem
falar a mesma coisa e ter a mesma disposição mental e o mesmo parecer!

Dois cristãos que estão contemplando o casamento devem ter a mesma disposição
mental e o mesmo parecer sobre a natureza do próprio casamento (união de duas pessoas
“até que a morte nos separe”), os papéis de cada um no casamento (maridos como líderes
amorosos e esposas como auxiliadoras submissas, assim refletindo o relacionamento de
Cristo para com a Igreja), e os propósitos do casamento (companheirismo íntimo e

auxílio mútuo, criar crianças santas, e evitar a fornicação). Eles devem, também, e

obviamente, ter a mesma disposição mental e o mesmo parecer no que diz respeito à
doutrina bíblica, conforme ela está resumida nas confissões Reformadas.
Mas há outra forma de considerar a unidade requerida para o casamento “somente
no Senhor” (7:39). Somos ensinados por esse versículo que devemos nos casar apenas
com outra pessoa que confesse e viva sob o senhorio de Jesus Cristo – seu governo e
senhorio soberanos de todas as coisas.
Cristo é Senhor da criação. Acaso seria casar “somente no Senhor” se unir a um
“teísta evolucionista” ou um “criacionista progressivo? Tal pessoa nega o senhorio de
Cristo, como aquele por meio de quem foram feitas todas as coisas nos céus e na terra
num espaço de seis dias, porque ela se compromete com o evolucionismo. Cristo é o
Senhor da história, como soberano governador de todas as coisas, mesmo do pecado e
catástrofes e o anticristo, segundo o eterno decreto de Deus (Efésios 1:11). Acaso seu
namorado ou namorada crê nisso? Cristo é o Senhor da redenção, morrendo na cruz para
purgar os pecados de Seu povo (Mateus 1:21), Seu rebanho (João 10:15), Sua semente
(Isaías 53:10) e Sua igreja (Efésios 5:25) – e não os pecados dos bodes (Mateus 25:33),
nem os da descendência da serpente (Gênesis 3:15), nem da sinagoga de Satanás
(Apocalipse 3:9). Cristo é o Senhor da eleição e da reprovação (Romanos 9), da
regeneração (João 3:8; Tiago 1:18), do chamado, da justificação, da adoção e da
glorificação (Romanos 8:30). Como pode alguém que recebeu a verdade da soberana
graça ser “inteiramente unida, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1
Coríntios 1:10) com alguém que faz a salvação de Deus depender do “livre-arbítrio” do
pecador? Cristo é o Senhor da igreja, como o seu único redentor, cabeça e rei. A sua
vontade, nas Escrituras, deve determinar a doutrina da igreja, seus sacramentos,
disciplina, adoração e governo, e não os sentimentos dos homens, a cultura moderna ou
as tradições antigas. Cristo é o Senhor da aliança, estabelecendo-a não apenas com os
crentes, mas também com a sua semente eleita (Romanos 9:6-13), e ordenando o batismo
das crianças desses crentes (Gênesis 17:7; Atos 2:39; 16:14-15; Colossenses 2:11-12).
Cristo é o Senhor também do todo de nossas vidas: corpo e alma; trabalho e
descanso; família, lar, filhos e amizades, etc. Ele é nosso senhor e nós somos sua
propriedade, de maneira que nossas habilidades, nosso tempo e possessões devem se
colocar a seu serviço – no namoro e no casamento igualmente!
Assim, os cristãos devem se casar (e namorar) crentes ortodoxos no temor de
Jeová, buscando agradar a Cristo e em todo tempo submeter-se ao seu senhorio e honrá-
lo. Tais casamentos glorificam a Deus, fortalecem a igreja e resultam em lares cristãos
sólidos… e esposas felizes e contentes (Salmos 127-128)!

Deixe um comentário

Arquivado em apologética, artigos, bíblia, casamento, jesus, reflexão, vida cristã

Os comentários estão desativados.