“O Evangelho”, e sua definição mais simples

Como muitos termos da Bíblia, a palavra EVANGELHO tem recebido várias definições contrárias ao seu significado original e apropriado. A palavra tem sua origem “em Cristo antes da fundação do mundo”. Isso estava contido na “promessa” que Deus fez antes da fundação do mundo (Tito 1:2). O  “evangelho”, as “boas novas” ou “novas de grande alegria” é o cumprimento declarado dessa promessa. Em Isaías 61:1-3 é encontrada a proclamação extraordinária feita pela Soma e Substância das novas de alegria, Jesus Cristo mesmo: “O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado”.

 

O Redentor repetiu essa mesma proclamação de Si mesmo na sinagoga (Lucas 4:17-19).Embora essa declaração profética seja  freqüentemente citada, sua plena significação é raramente entendida. Nessa declaração extensa, está narrado – não o princípio do evangelho, nem uma parte do seu cumprimento – o grande total do que o Filho do Homem declarou sobre a cruz: “ESTÁ CONSUMADO!”.

A palavra grega “evanggelion” é traduzida como “evangelho” nas versões em português. Essa palavra, juntamente com suas outras traduções (“novas de alegria”, “boas novas” e “pregar o evangelho”) ocorre por volta de 108 vezes no Novo Testamento, nenhuma das quais significa algo menos que “redenção consumada” em Cristo. Em nenhum exemplo a palavra transmite algum pensamento de uma mera “oferta livre de graça”. Quando Jesus pôs-se em pé e clamou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba”, Ele não convidou o sedento, assim como não convidou a luz quando disse: “Haja luz!”. Em primeiro lugar, não há nenhuma alma sobre a Terra que tenha ou possa ter sede pelas águas vivas que fluem dele, até que Ele a desperte, e faça com que tenha sede; e quando sentir a sua sede, mesmo quando a língua secar, isso não pode aproximar mais a fonte viva, até que Jesus aplique, não o convite, mas a palavra: “Venha a mim”. Suas palavras são espírito e vida; e Suas ovelhas ouvem-no, e conhecem a Sua voz, e O seguem; pois elas não têm poder ou mesmo disposição para resistir à voz do seu Pastor. Em nenhum lugar nas Escrituras o chamado dos santos é denominado de convite. Ele chama Suas ovelhas pelo nome, e as conduz. Se apenas convidasse-as, elas teriam que correr, ou ficar para trás. Mas quando Ele chama, o morto ouve Sua voz, (não Seu convite), e aqueles que ouvem viverão. Como aliviaria a condição de uma pobre, perdida e desamparada alma, que sente sua pobreza, incapacidade e impotência, ler as palavras assim: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos serão convidados a viver, e aqueles que aceitarem o convite viverão”?E quando convida Suas ovelhas, Ele vai adiante delas, desde que aceitem o convite. Isso está perfeitamente em linha com cada característica do Arminianismo de falar sobre convite do evangelho, pois o próprio termo implica a disposição e o poder de fazer na criatura. E não está em harmonia com a doutrina da experiência dos santos de Deus falar assim de Suas comunicações com as pessoas, pois insinua que Ele abriu mão do governo sobre elas; que o efeito e resultado de Suas comunicações dependeram da vontade delas, e não da Sua. Isso menospreza o caráter de Deus, bem como reflete sobre Sua sabedoria, poder e graça.

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